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Ao longo dos séculos, o homem sempre procurou subordinar a natureza aos seus interesses e, para isso, era necessário conhecê-la.
Assim, lançou-se numa busca interminável e incessante do conhecimento e, nos dias de hoje, a ciência influencia, de maneira decisiva, o nosso quotidiano. O homem tem consciência de que os saberes da ciência são imprescindíveis para o progresso civilizacional nas mais diversas áreas, desde a engenharia genética passando pela produção alimentar, transportes e comunicações, etc. E, com tudo isto, foram encontradas novas formas de energia, a técnica produziu utensílios e máquinas que libertam o homem dos trabalhos mais pesados e duros, novas formas de comunicação permitem informações rápidas e directas, os avanços na medicina possibilitaram um incremento na qualidade de vida do ser humano, etc. Como consequência, o bem-estar aumentou, difundiu-se o lazer e o desporto, o amor pela beleza e pelas artes, etc.
Como vemos, as vantagens da ciência são imensas. O poder que a ciência e a técnica puseram nas mãos do homem permite-nos realizar muitos dos nossos sonhos. Evidentemente, a ciência passou a fazer parte do dia-a-dia do homem. Presente nos mais diversos objectos e situações do quotidiano, incorporou-se de tal forma que se inscreveu na sua “natureza”, condicionando a sua atitude em face da vida. A ciência transformou o mundo, invadiu a vida das sociedades, rege a actividade política, determina o que convém, difunde valores, cria necessidades, estabelece prioridades. Neste contexto, o saber cientifico tornou-se poderoso e, da mesma forma que podemos mudar a nossa realidade presente, podemos também projectar e construir o nosso futuro.
Contudo, podemos comprovar que a ciência pode dar-nos bem – estar, mas também pode trazer consigo violência, destruição e morte. O imenso poder alcançado pelo homem através da ciência pode levá-lo ao triunfo ou à sua destruição. Apesar dos inúmeros benefícios que a ciência trouxe, também ela possui consequências menos boas, ao conferir ao homem o poder de se aproveitar das descobertas científicas da pior forma possível. Temos os problemas relacionados com o equilíbrio e a conservação da natureza (crescente poluição, a desoxigenação ambiental, a exploração excessivas dos recursos naturais), com a globalização (perda das raízes culturais e da identidade nacional, violência, insegurança, etc.) e com a bioética (problemas éticos e altamente controversos ligados ao aborto, à eutanásia, ao prolongamento artificial de vida, à clonagem, à modificação do genoma humano, etc.)
Tais assuntos têm levantado o problema dos limites da ciência. Aliás, é consensual considerar que os responsáveis pela ciência e pelo que ela é capaz de fazer têm que impor limites e travar exageros. Estes problemas não advêm do conhecimento que a ciência transmite mas do seu uso inadequado. Assim, as aplicações da ciência devem ser sujeitas a um escrutínio ético e a sociedade deverá controlar as acções dos cientistas (para isso é necessário que os cientistas contribuam para a formação de uma opinião pública correctamente esclarecida. Aliás, a bioética tem-se preocupado em encontrar limites para a actividade da ciência, que possam ser consensuais. O critério mínimo tem sido a defesa da vida, do bem-estar e da dignidade humana.
Na minha opinião pessoal, a liberdade científica nunca deve ser total, em época alguma nem em região alguma do planeta. Considero que nem tudo o que é tecnicamente possível é eticamente admissível. Além disso, os governantes também deverão criar condições para que os cientistas possam assumir as suas responsabilidades. De salientar que o dever de cada um, enquanto cidadão responsável, é informar-se e intervir.
Olga bastos
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