A perspectiva que nega total ou parcialmente a possibilidade do conhecimento. De acordo com o céptico, se bem procurarmos, encontramos sempre boas razões para duvidar mesmo das nossas crenças mais fortes. Há dois grupos de argumentos cépticos: o primeiro baseia-se nas diferenças de opinião, mesmo entre as pessoas mais conhecedoras; o segundo, baseia-se nas ilusões perceptivas. Há diferentes tipos de cepticismo. Uma forma radical de cepticismo é geralmente atribuída a Pirro de Élis (c.360 a. C.-c.270 a. C.), para quem devíamos suspender o nosso juízo em relação a todas as coisas. A resposta habitual a este tipo de cepticismo é procurar mostrar que é auto-refutante (ver AUTO-REFUTAÇÃO), pois se podemos afirmar que nada sabemos é porque já sabemos precisamente isso. Também DESCARTES procurou responder aos argumentos cépticos, mostrando que há pelo menos uma coisa que resiste à dúvida mais insistente: que existimos. Além do cepticismo radical há outros tipos de cepticismo que limitam o seu âmbito apenas a certas áreas. Este tipo de cepticismo parcial pode aplicar-se a aspectos metodológicos: empiristas, como HUME, são cépticos em relação ao conhecimento a priori do mundo (ver A PRIORI/A POSTERIORI), enquanto que alguns racionalistas duvidam do conhecimento EMPÍRICO. Mas também se pode dirigir apenas a determinado tipo de entidades: o conhecimento de outras mentes, a existência de Deus, o conhecimento do futuro, a INDUÇÃO (verPROBLEMA DA INDUÇÃO), o conhecimento de verdades éticas, o conhecimento do MUNDO EXTERIOR, etc. Sexto Empírico (c. 150-c.225) e Michel de Montaigne (1533-92) são dois dos mais destacados defensores do cepticismo. AADicionário Escolar de Filosofia
Didáctica Editora
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