18 maio 2010

Segundo Rawls, o salário de António Mexia é justo?

António Mexia, Presidente da EDP, auferiu em 2009, 3,1 milhões de euros. Este dinheiro daria para pagar o vencimento anual de 267 trabalhadores numa empresa em que supostamente os trabalhadores ganhassem o salário médio nacional de 894 euros*.
John Rawls acharia justo o salário de António Mexia, considerando a abismal diferença salarial entre António Mexia e a grande maioria dos portugueses?

À partida Rawls não acharia justa esta situação porque defende que deve haver “iguais liberdades básicas para todos, bem como uma igualdade equitativa de oportunidades e a divisão igual de rendimentos e da riqueza”. No entanto, haveria que questionar o seguinte:
-António Mexia conseguiu este lugar que lhe permite auferir tão alto rendimento, em igualdade de circunstâncias com outros portugueses com as mesmas capacidades, habilitações e competências? Ou seja, foi cumprido o princípio da oportunidade justa e houve as mesmas oportunidades de acesso a esta função /posição social? (considerando que podemos equiparar a função de Mexia na EDP a um cargo público - o Estado é o maior accionista da EDP.
- Esta diferença abismal de rendimentos responde ao princípio da diferença?
- Ou seja, António Mexia tem este elevado salário porque nas suas funções (produtividade gerada e benefício económico e social para o país) contribui para o benefício de todos os portugueses, especialmente os mais desfavorecidos (e isso só será possível com este elevado rendimento)?
Se a resposta às questões anteriores for afirmativa então Rawls consideraria o salário de António Mexia justo.

* Fonte: Revista Visão de 13 de Maio de 2010

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