23 fevereiro 2012

O sujeito é produto da sociedade?

Os homens fazem a sua história mas não a fazem livremente - é condicionada pela estrutura social

(Marx)

O sujeito é produto da sociedade e a história é independente da vontade dos indivíduos.

(Durkheim)

Deixa aqui o teu comentário ao filme "Cidade de Deus", procurando relacioná-lo com as ideias de Marx e Durkheim acima transcritas.

15 fevereiro 2012

Existirão factos morais?

"Um juízo moral - ou qualquer outro juízo de valor - tem de ser apoiado em boas razões. Se alguém disser que uma determinada acção seria errada, pode-se perguntar por que razão seria errada e, se não houver uma resposta satisfatória, pode-se rejeitar esse conselho por ser infundado. Neste aspecto, os juízos morais são diferentes de meras expressões de preferência pessoal. Se alguém diz «eu gosto de café», não necessita de ter uma razão para isso; poderá estar a declarar o seu gosto pessoal e nada mais. Mas os juízos morais requerem o apoio de razões, sendo, na ausência dessa razões, meramente arbitrários. Qualquer teoria adequada da natureza da avaliação moral deveria, portanto, ser capaz de dar conta das relações entre juízos morais e as razões que os sustentam. (...) Hume sublinhava que se examinarmos as acções malévolas - «homicídio voluntário, por exemplo» - não encontramos «matéria de facto» que corresponda à maldade. Excluindo as nossas atitudes, o universo não contém tais factos. Esta tomada de consciência tem frequentemente sido entendida como motivo de desespero, porque as pessoas presumem que isto deve significar que os valores não têm estatuto «objectivo». Mas porque razão deveria a observação de Hume surpreender-nos? Os valores não são o tipo de coisas que possam existir como existem as estrelas e os planetas. (Concebido desta maneira, qual seria o aspecto de um «valor»?) Um erro fundamental no qual incorrem muitas pessoas quando pensam sobre este assunto é partir do princípio de que há apenas duas possibilidades:

1. Há factos morais da mesma maneira que há factos sobre estrelas e planetas; ou

2. Os nossos valores não são mais que a expressão dos nossos sentimentos subjectivos.

Isto é um erro porque descura uma terceira possibilidade crucial. As pessoas não têm apenas sentimentos, têm também razão, e isso faz uma grande diferença. Pois pode ser que

3. As verdades morais [sejam] são verdades da razão; isto é um juízo moral é verdadeiro se for sustentado por razões melhores que os juízos alternativos. (...) Tais verdades são objectivas no sentido em que são verdadeiras independentemente do que possamos querer ou pensar. Não podemos tornar algo bom ou mau pelo simples desejo de que seja assim, porque não podemos simplesmente querer que o peso da razão esteja a favor ou contra algo. Isto explica igualmente a nossa falibilidade: podemos enganar-nos sobre o que é bom ou mau porque podemos estar enganados sobre o que a razão recomenda. A razão diz o que diz, alheia às nossas opiniões e desejos."

James Rachels, Elementos de Filosofia Moral, Gradiva (texto adaptado)


09 fevereiro 2012

Devemos ser "tolerantes" com a atitude do pai?

Pai entrega filho homossexual à PSP

Um pai entregou numa esquadra da PSP, em Vila Nova de Gaia, o seu filho de 15 anos, depois de ter descoberto na madrugada de quinta-feira que ele era homossexual. (Jornal CORREIO DA MANHÃ)

Ler mais aqui

Contra-argumento à Teoria dos Mandamentos Divinos

Canadá: prisão perpétua para família islâmica que assassinou três filhas
Um tribunal do Canadá condenou ontem Mohammad Shafia, a sua segunda mulher e filho de ambos, a prisão perpétua pelo assassinato de quatro elementos da família. O casal afegão a residir no Canadá decidiu assassinar as três filhas e a primeira mulher do patriarca num casamento poligâmico. Os procuradores afirmaram que o crime foi cometido por as raparigas terem "desonrado" a família, ao não obedecerem ao estrito código islâmico, pelo modo como se vestiam, por saírem com rapazes e por utilizarem a Internet.
Ler mais aqui (jornal EXPRESSO)

Para que serve a ética?

06 fevereiro 2012

Porque é que o subjetivismo não explica os desacordos morais?

Para o subjetivista parece não haver ideias opostas sobre a mesma realidade porque o valor de verdade de qualquer facto moral depende apenas do sujeito (se expressar com sinceridade o seu sentimento, o juízo moral é verdadeiro; se for o contrário é falso).
Vejamos o seguinte juízo moral:
“O extermínio de judeus pelos nazis foi correto.”
Segundo os subjetivistas este juízo será verdadeiro se o sujeito expressar o que, de facto, pensa; e será falso se disser o contrário daquilo que pensa. Mas afirmar que “o extermínio dos judeus é correto” é diferente de afirmar que “o extermínio dos judeus é incorreto”. O 1º e o 2º juízo revelam realmente que há desacordo de dois sujeitos quanto ao extermínio de judeus e, por isso, um será verdadeiro e outro falso. Mas para o subjetivista revelam apenas que os dois sujeitos têm sentimentos diferentes relativamente ao facto moral “extermínio de judeus” e ambos são verdadeiros. Ora, há aqui uma contradição real: o extermínio de judeus não pode ser simultaneamente correto e incorreto. Por outro lado, sendo os dois juízos verdadeiros não faz sentido debater o tema, seria um ato inútil, considerando que não há uma verdade independente de cada sujeito. Inviabilizando o debate racional, o subjetivismo torna absurdo qualquer esforço racional para encontrar os melhores princípios éticos e respetiva justificação.

Programação das AULAS DE FILOSOFIA - RTP Madeira com o Prof. Rolando Almeida

Podes aceder às aulas de Filosofia da RTP Madeira, lecionadas pelo Prof. Rolando Almeida (na foto), acedendo aos links abaixo.  TELENSINO (R...