13 março 2007

Biografias de Filósofos-Epicuro (341-270 a.c)

Filósofo agnóstico grego, nascido em Samos, na Ásia menor, fundou a famosa escola Jardim, em Atenas, onde admitia, ao contrário dos costumes da época, tanto homens como mulheres, e até escravos. Tratava-se de uma comunidade que se dedicava ao aperfeiçoamento de um estilo de vida orientado pelos valores da amizade e da virtude. Sofria de cálculo renal, o que contribuiu para que tivesse uma vida marcada pela dor. Assenta num ideal de sabedoria que considera a felicidade como tranquilizante da alma (ataraxia), propondo que para a alcançar basta suprimir os desejos e ambições desmedidas, o temor dos deuses e o medo da morte. Segundo Epicuro, para atingir a certeza é necessário confiar naquilo que foi recebido passivamente na sensação pura e, por consequência, nas ideias gerais que se formam no espírito (como resultado dos dados sensíveis recebidos pela faculdade sensitiva). Defendia a busca da felicidade e do prazer através de um completo domínio de cada um sobre si (autarquia), de que acabará por resultar a ausência de dor, de medo, de preocupações para o que era útil: o cultivo da amizade. A doutrina de Epicuro entende que o bem reside no prazer. O prazer de que fala Epicuro é o prazer do sábio, entendido como quietude da mente e o domínio sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. É a própria Natureza que nos informa que o prazer é um bem. Este prazer, no entanto, apenas satisfaz uma necessidade ou aquieta a dor. A Natureza conduz-nos a uma vida simples. O único prazer é o prazer do corpo e o que se chama de prazer do espírito é apenas lembrança dos prazeres do corpo. O mais alto prazer reside no que chamamos de saúde. A função principal da filosofia é libertar o homem. Das numerosas obras escritas pelo filósofo, só restaram três cartas que versam sobre a natureza, sobre os meteoros e sobre a moral, e uma colecção de pensamentos. Considerava a filosofia como uma tarefa para toda a vida.

João Pedro Araújo
10ºA

06 março 2007

REPORTAGEM SIC - Para que serve a Filosofia?

Clica no link a seguir para visualizar a reportagem da SIC no Jornal da Noite:
Mms://espalhabrasas.sapo.PT/vod/fb197b58b14d2a3f8255380829212ff1.wmv

PETIÇÃO NACIONAL DE FILOSOFIA

PETIÇÃO NACIONAL DE FILOSOFIA
Está aberto, desde 1 de Março de 2007, o período de subscrição pública de uma Petição dirigida à Senhora Ministra da Educação, cujo conteúdo fundamental consiste nas duas seguintes pretensões:
1. A reintrodução, nos Cursos Científico-Humanísticos de nível secundário de educação, do exame final nacional de Filosofia (10.º/11.º anos), simultaneamente para efeitos de aprovação e de ingresso no Ensino Superior nos cursos que o requeiram.
2. O alargamento da oferta da disciplina de Filosofia A do 12.º ano, como opção da componente de formação específica, a todos os Cursos Científico-Humanísticos.Para mais informações, nomeadamente sobre as formas de subscrição desta Petição, queira, por favor, consultar a página http://www.spfil.pt/peticao.html

A construção da pessoa como sujeito moral

O que é a Moral?

Estamos enganados acerca da moral. Ela não existe basicamente para punir, para reprimir, para condenar. Para isso há tribunais, polícias, prisões, e ninguém os confunde com a moral. Sócrates morreu na prisão, sendo todavia mais livre que os seus juízes. É talvez aqui que a filosofia começa. É aqui que a moral começa, para cada qual, e recomeça sempre: onde nenhuma punição é possível, onde nenhuma repressão é eficaz, onde nenhuma condenação, pelo menos exterior, é necessária. A moral começa onde nós somos livres: ela é a própria liberdade, quando esta se julga e se dirige.
Querias roubar aquele disco ou aquela peça de roupa numa loja... Mas há um vigilante que te observa, ou um sistema de vigilância electrónica, ou tens simplesmente medo de ser apanhado, de ser punido, de ser condenado... Não é honestidade; é calculismo. Não é moral; é precaução. O medo da autoridade é o contrário da virtude, ou é apenas a virtude da prudência.
Imagina, pelo contrário, que tens esse anel de que fala Platão, o famoso anel de Giges que te torna invisível quando queres... É um anel mágico que um pastor encontrou por acaso. Basta rodar o anel e voltar o engaste para o lado da palma da mão para a pessoa se tornar totalmente invisível, e rodá-lo para o outro lado para voltar a ficar visível... Giges, que era um homem honesto, não soube resistir às tentações a que este anel o submetia: aproveitou os seus poderes mágicos para entrar no Palácio, seduzir a rainha, assassinar o rei, tomar o poder e exercê-lo em seu exclusivo benefício... Quem conta a história n'A República [uma das obras de Platão] conclui que o bom e o mau, ou supostos como tais, não se distinguem senão pela prudência ou pela hipocrisia, ou, dito de outra maneira, pela importância desigual que atribuem ao olhar dos outros ou pela sua maior ou menor habilidade em se esconder... Possuíssem um e outro o anel de Giges e nada os distinguiria: «tenderiam ambos para o mesmo fim». Isto é sugerir que a moral não é senão uma ilusão, um engano, um medo disfarçado de virtude. Bastaria podermos tornar-nos invisíveis para que qualquer interdição desaparecesse, e não houvesse senão a procura, por parte de cada um, do seu prazer ou do seu interesse egoístas.Será isto verdade? Claro que Platão está convencido do contrário. Mas ninguém é obrigado a ser platónico... Para ti, a única resposta válida está em ti mesmo. Imagina, como experiência de pensamento, que tinhas esse anel. Que farias? Que não farias? Continuarias, por exemplo, a respeitar a propriedade dos outros, a sua intimidade, os seus segredos, a sua liberdade, a sua dignidade, a sua vida? Ninguém pode responder por ti: esta questão só a ti diz respeito, mas diz respeito a tudo o que tu és. Tudo aquilo que não fazes, mas que te permitirias se fosses invisível, releva menos da moral que da prudência ou da hipocrisia. Em contrapartida, aquilo que, mesmo invisível, continuarias a obrigar-te ou a proibir-te, não por interesse mas por dever, só isso é estritamente moral. A tua alma tem a sua pedra de toque. A tua moral tem a sua pedra de toque, pela qual te julgas a ti mesmo. A tua moral? Aquilo que exiges de ti, não em função do olhar dos outros ou desta ou daquela ameaça exterior, mas em nome de uma certa concepção do bem e do mal, do dever e do interdito, do admissível e do inadmissível, enfim, da humanidade e de ti. Concretamente: o conjunto das regras às quais te submeterias mesmo que fosses invisível e invencível.

André COMTE-SPONVILLE (na foto)
Apresentações da Filosofia, p. 27-35

Programação das AULAS DE FILOSOFIA - RTP Madeira com o Prof. Rolando Almeida

Podes aceder às aulas de Filosofia da RTP Madeira, lecionadas pelo Prof. Rolando Almeida (na foto), acedendo aos links abaixo.  TELENSINO (R...