" Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do
senso comum for útil; se não se deixar guiar pela
submissão às idéias dominantes e aos poderes
estabelecidos for útil; se buscar compreender a
significação do mundo, da cultura, da história for
útil; se conhecer o sentido das criações humanas
nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a
cada um de nós e à nossa sociedade os meios para
serem conscientes de si e de suas ações numa
prática que deseja a liberdade e a felicidade para
todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é
o mais útil de todos os saberes de que os seres
humanos são capazes."
(Marilena Chaui)
1. E se não abandonássemos a ingenuidade e os preconceitos do senso Comum?
2. E se nos submetêssemos às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos?
3. E se não tentássemos compreender a significação do mundo, da cultura e da história?
4. E se não procurássemos conhecer o sentido das criações humanas, nas artes, nas ciências e na política?
5. E se não possuíssemos os meios para nos tornarmos conscientes de nós próprios e das nossas acções?
6. E se não desejássemos a liberdade e a felicidade?
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5 comentários:
Se todos nos submetêssemos às mesmas ideias isso significaria que não pensávamos por nos próprios,ou seja, não tínhamos pensamento autónomo. Na sociedade em que vivemos se todos partilhássemos das mesmas ideias e aceitássemos os poderes estabelecidos sem os questionar,isso demonstraria falta de autonomia e de atitude crítica. Deveríamos todos ser capazes de ouvir opiniões dos outros questionando-as de forma critica e formando também a nossa própria ideia sem nos deixarmos influenciar pelas ideias já estabelecidas. É por isso que a filosofia é útil...
Nós concordamos com o argumento “ Se conhecer o sentido das criações humanas, nas artes, nas ciências e na política for útil, então podemos dizer que a filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes”, apresentado pela autora brasileira Marilena Chui. Uma vez que a filosofia caracteriza-se pela uma atitude interrogativa perante o saber (constituída por um suceder ilimitado de questões com o objectivo de compreender e procurar o sentido da realidade), por uma atitude crítica, caracterizada por um questionamento permanente das aparências, dos conhecimentos que aos nossos olhos parecem evidentes, sendo caracterizada também por uma dúvida metódica e prudente que permite a cada Homem ver em profundidade. Além desta constituir um saber universal que tem como objecto de reflexão a totalidade do real e poder ser partilhada por todos é um saber radical que vai até ao porquê último das coisas. Os conhecimentos filosóficos são, por outro lado, aprofundados e fundamentados e a Filosofia é autónoma na medida em que é independente de outros saberes, de preconceitos e verdades feitas e instituídas. É essencial perceber que se não convivêssemos e procurássemos aprofundar os nossos conhecimentos relativamente às artes, às ciências e à política não poderíamos dar o devido valor às criações humanas e correríamos o risco de investir em coisas supérfluas, desnecessárias que não contribuem em nada para o bem da humanidade, deixando de apostar naquilo que realmente é importante. Por exemplo, não há um único país que tenha conseguido erradicar a fome, por outro lado há mais de 30 países com capacidade para construir armas nucleares. Conduzindo esta atitude progressivamente a um mundo cada vez pior devido essencialmente à falta de reflexão e compreensão por parte dos políticos relativamente a certos assuntos.
Consideramos, superficialmente, a Filosofia como a disciplina que estuda o homem e que o ensina a ser Humano, que o ensina a analisar-se, a analisar os seus limites, as suas acções, as suas capacidades e, principalmente, a desconfiar delas. Podemos então dizer que Filosofia é, em parte, um saber que nos conduz ao auto-conhecimento e à auto-compreensão; a filosofia dá-nos, portanto, os instrumentos para sermos autónomos. A Filosofia ajuda-nos também a tomar consciência das nossas atitudes e das suas respectivas consequências, ajuda a que quando nos olharmos ao espelho vejamos uma imagem consistente e não apenas um reflexo, um reflexo de nada. Possuir os meios para nos tornarmos conscientes de nós próprios é seguir a velha máxima da Filosofia Socrática “Conhece-te a ti próprio”.
Há barreiras que nos impedem de ver o horizonte. Na sociedade da actualidade duas das maiores barreiras que nos impedem de alcançar o conhecimento são a ingenuidade e os preconceitos do senso comum. Apesar de, com o avançar dos tempos, cada vez mais conseguirmos adquirir novos conhecimentos e arranjar resposta para algumas questões, a ingenuidade ainda está patente no nosso dia-a-dia. Um exemplo claro disso são os adolescentes, que pensam conseguir alguma coisa sem o esforço necessário para tal. Também os preconceitos do senso comum criam barreiras, através de crenças e do medo dos novos conhecimentos adquiridos, pois o ser humano tem medo do que lhe é desconhecido. Contudo, o espírito crítico e o pensamento autónomo do Homem, que são desenvolvidos e trabalhados através da filosofia, têm gradualmente destruído essas barreiras, para que assim num futuro próximo possámos ver o horizonte na totalidade.
Se nos submetemos às ideias pré concebidas que nos dão conta como certas, seriamos pessoas ingénuas e preconceituosas, pois não passaríamos a usar uma atitude de dúvida, abrindo novas possibilidades de compreensão para escaparmos das verdades fáceis, e a também usar-mos uma atitude crítica para justificar-mos as nossas conclusões com argumentos válidos.
Este tipo de ideias dá-se também pelo nome de senso comum em que nos baseamos nas primeiras impressões (a posteriori).
Alguns dos nossos preconceitos são sobre as distinções entre as raças (como por exemplo entre a raça negra e branca), outros têm a ver com a sexualidade entre o mesmo sexo (gays e lésbicas), sociais em que julgamos as pessoas que por serem pobres financeiramente não são necessárias para a sociedade desprezando-as outros ainda sobre a religião (cristianismo, judaísmo, islamismo ou budismo e.t.c.), este tipo de ideias estão pré estabelecidas desde a nossa nascença e que as tomamos por certas sem nunca as questionarmos sobre a sua validade.
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