15 novembro 2006

16 Novembro - Dia Internacional da Filosofia Uma reflexão sobre o pensamento autónomo

" Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do
senso comum for útil; se não se deixar guiar pela
submissão às idéias dominantes e aos poderes
estabelecidos for útil; se buscar compreender a
significação do mundo, da cultura, da história for
útil; se conhecer o sentido das criações humanas
nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a
cada um de nós e à nossa sociedade os meios para
serem conscientes de si e de suas ações numa
prática que deseja a liberdade e a felicidade para
todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é
o mais útil de todos os saberes de que os seres
humanos são capazes."
(Marilena Chaui)


1. E se não abandonássemos a ingenuidade e os preconceitos do senso Comum?
2. E se nos submetêssemos às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos?
3. E se não tentássemos compreender a significação do mundo, da cultura e da história?
4. E se não procurássemos conhecer o sentido das criações humanas, nas artes, nas ciências e na política?
5. E se não possuíssemos os meios para nos tornarmos conscientes de nós próprios e das nossas acções?
6. E se não desejássemos a liberdade e a felicidade?

5 comentários:

Anónimo disse...

Se todos nos submetêssemos às mesmas ideias isso significaria que não pensávamos por nos próprios,ou seja, não tínhamos pensamento autónomo. Na sociedade em que vivemos se todos partilhássemos das mesmas ideias e aceitássemos os poderes estabelecidos sem os questionar,isso demonstraria falta de autonomia e de atitude crítica. Deveríamos todos ser capazes de ouvir opiniões dos outros questionando-as de forma critica e formando também a nossa própria ideia sem nos deixarmos influenciar pelas ideias já estabelecidas. É por isso que a filosofia é útil...

Anónimo disse...

Nós concordamos com o argumento “ Se conhecer o sentido das criações humanas, nas artes, nas ciências e na política for útil, então podemos dizer que a filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes”, apresentado pela autora brasileira Marilena Chui. Uma vez que a filosofia caracteriza-se pela uma atitude interrogativa perante o saber (constituída por um suceder ilimitado de questões com o objectivo de compreender e procurar o sentido da realidade), por uma atitude crítica, caracterizada por um questionamento permanente das aparências, dos conhecimentos que aos nossos olhos parecem evidentes, sendo caracterizada também por uma dúvida metódica e prudente que permite a cada Homem ver em profundidade. Além desta constituir um saber universal que tem como objecto de reflexão a totalidade do real e poder ser partilhada por todos é um saber radical que vai até ao porquê último das coisas. Os conhecimentos filosóficos são, por outro lado, aprofundados e fundamentados e a Filosofia é autónoma na medida em que é independente de outros saberes, de preconceitos e verdades feitas e instituídas. É essencial perceber que se não convivêssemos e procurássemos aprofundar os nossos conhecimentos relativamente às artes, às ciências e à política não poderíamos dar o devido valor às criações humanas e correríamos o risco de investir em coisas supérfluas, desnecessárias que não contribuem em nada para o bem da humanidade, deixando de apostar naquilo que realmente é importante. Por exemplo, não há um único país que tenha conseguido erradicar a fome, por outro lado há mais de 30 países com capacidade para construir armas nucleares. Conduzindo esta atitude progressivamente a um mundo cada vez pior devido essencialmente à falta de reflexão e compreensão por parte dos políticos relativamente a certos assuntos.

Anónimo disse...

Consideramos, superficialmente, a Filosofia como a disciplina que estuda o homem e que o ensina a ser Humano, que o ensina a analisar-se, a analisar os seus limites, as suas acções, as suas capacidades e, principalmente, a desconfiar delas. Podemos então dizer que Filosofia é, em parte, um saber que nos conduz ao auto-conhecimento e à auto-compreensão; a filosofia dá-nos, portanto, os instrumentos para sermos autónomos. A Filosofia ajuda-nos também a tomar consciência das nossas atitudes e das suas respectivas consequências, ajuda a que quando nos olharmos ao espelho vejamos uma imagem consistente e não apenas um reflexo, um reflexo de nada. Possuir os meios para nos tornarmos conscientes de nós próprios é seguir a velha máxima da Filosofia Socrática “Conhece-te a ti próprio”.

Anónimo disse...

Há barreiras que nos impedem de ver o horizonte. Na sociedade da actualidade duas das maiores barreiras que nos impedem de alcançar o conhecimento são a ingenuidade e os preconceitos do senso comum. Apesar de, com o avançar dos tempos, cada vez mais conseguirmos adquirir novos conhecimentos e arranjar resposta para algumas questões, a ingenuidade ainda está patente no nosso dia-a-dia. Um exemplo claro disso são os adolescentes, que pensam conseguir alguma coisa sem o esforço necessário para tal. Também os preconceitos do senso comum criam barreiras, através de crenças e do medo dos novos conhecimentos adquiridos, pois o ser humano tem medo do que lhe é desconhecido. Contudo, o espírito crítico e o pensamento autónomo do Homem, que são desenvolvidos e trabalhados através da filosofia, têm gradualmente destruído essas barreiras, para que assim num futuro próximo possámos ver o horizonte na totalidade.

Anónimo disse...

Se nos submetemos às ideias pré concebidas que nos dão conta como certas, seriamos pessoas ingénuas e preconceituosas, pois não passaríamos a usar uma atitude de dúvida, abrindo novas possibilidades de compreensão para escaparmos das verdades fáceis, e a também usar-mos uma atitude crítica para justificar-mos as nossas conclusões com argumentos válidos.
Este tipo de ideias dá-se também pelo nome de senso comum em que nos baseamos nas primeiras impressões (a posteriori).
Alguns dos nossos preconceitos são sobre as distinções entre as raças (como por exemplo entre a raça negra e branca), outros têm a ver com a sexualidade entre o mesmo sexo (gays e lésbicas), sociais em que julgamos as pessoas que por serem pobres financeiramente não são necessárias para a sociedade desprezando-as outros ainda sobre a religião (cristianismo, judaísmo, islamismo ou budismo e.t.c.), este tipo de ideias estão pré estabelecidas desde a nossa nascença e que as tomamos por certas sem nunca as questionarmos sobre a sua validade.

Programação das AULAS DE FILOSOFIA - RTP Madeira com o Prof. Rolando Almeida

Podes aceder às aulas de Filosofia da RTP Madeira, lecionadas pelo Prof. Rolando Almeida (na foto), acedendo aos links abaixo.  TELENSINO (R...