02 janeiro 2007

A condenação à morte

"O dia despontava, ainda não eram seis da manhã em Bagdade. Vestindo de negro e levando um exemplar do Alcorão para o cadafalso - onde a Polícia secreta antes perpetrava execuções sumárias -, Saddam recusou o capuz dado aos condenados, não fez um só pedido, não ofereceu qualquer tipo de resistência. Agiu sempre no pressuposto de ser presidente do Iraque. De acordo com testemunhos, enquanto um juiz cumpria a formalidade de o informar do que iria ocorrer, bradou a plenos pulmões que "Deus é grande", lançando vivas ao Iraque e à Palestina. Tal como fizera a 5 de Novembro último, quando lhe foi lida a sentença respeitante ao massacre de 148 xiitas em Dujail, retaliação após um atentado contra a caravana presidencial, em 1982."

A condenação à morte do ditador levanta, naturalmente, problemas éticos ou morais.
Vários.
1. É, ou não, moralmente aceitável a condenação à morte de um ser humano?
2. É, ou não, moralmente aceitável a condenação à morte de um ser humano que dominou, oprimiu e matou? Que, entre outros, matou mais de 180 mil curdos, 148 xiitas e deportou cerca de 100 mil iraquianos de origem persa para Irão?

Sabemos que Kant e Stuart Mill dariam respostas diferentes a estas questões. Porque para Kant o valor moral de uma acção resulta unicamente da sua conformidade com o dever ("não matarás"), independentemente das circunstâncias, das nossas paixões ou interesses.Ora, Stuart Mill defende justamente que a boa acção é a que traz melhores consequências para o maior número de pessoas.E tu, o que pensas da condenação à morte de de Saddam?

1 comentário:

tabarish disse...

Apesar de todas as atrocidades que esse homem cometeu, sou contra a pena de morte! Mas vamos criar um movimento para assustar o palhaço norte americano: Hang Bush!

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