
24 dezembro 2009
Algumas sugestões de prendas!

O Livro dos Grandes Opostos Filosóficos, de Oscar Brenifier e Jacques Després (ilustração).
Para ofereceres ao teu irmão ou irmã (7-12 anos) mas também para dares uma espreitadela. Ilustrações interessantíssimas.

Universo, uma Biografia, de John Gribbin
Não é um livro de filosofia mas nem por isso deixa de ser importante para desenvolveres uma atitude filosófica crítica e esclarecida. Com uma linguagem relativamente simples (embora necessites de perbecer alguns conceitos de Física e Química) este autor explica como começou o universo, como se formam as estrelas e os planetas ou como começou a vida.

Uma iniciação filosófica, de Thomas Nagel
Os principais problemas e questões filosóficas, teses e argumentos. Um excelente instrumento para desenvolveres o espírito crítico e uma atitude verdadeiramente filosófica. Um excelente auxiliar para o 10ºano, em que problemas como o livre-arbítrio e a ética mas também a morte ou o sentido da vida são apresentados de modo muito interessante.

Um bom auxiliar para melhorares as tuas competências argumentativas. Um bom livro para te ajudar a compreender melhor os diversos tipos de argumentos (conteúdos do 11ºano).

Numa linguagem informal, clara e imaginativa, este filósofo basco aborda valores éticos, como a liberdade ou a responsabilidade e "a arte de bem viver".

Em forma de romance e num estilo simples, claro e agradável, este autor coloca-te em contacto com a vida e o pensamento dos grandes filósofos.
12 dezembro 2009
É urgente acordar II!

08 dezembro 2009
A propósito da Cimeira de Copenhaga - É urgente acordar!
Vídeo exibido na sessão inaugural da Cimeira de Copenhaga
“Nós terrestres acabámos de acordar para os grandes oceanos do espaço e do tempo de que saímos. Somos o legado de 15 biliões de anos na

Carl Sagan, Cosmos
O que precisas de saber sobre a cimeira de Copenhaga está aqui
06 dezembro 2009
Violação dos Direitos dos Animais

03 dezembro 2009
Os animais têm Direitos? Conferência na nossa escola em Janeiro com o filósofo Pedro Galvão

Muitas questões serão equacionadas nesta conferência, tais como o modo como devemos tratar os animais não humanos, o seu estatuto moral, a legitimidade da utilização dos animais na alimentação ou na investigação científica, entre outros.
O Doutor Pedro Galvão é mestre em Filosofia pela Universidade de Lisboa, onde é investigador do Centro de Filosofia e prepara o doutoramento na especialidade de Ética. Membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia. Participou em várias publicações apoiadas pelo Centro para o Ensino da Filosofia, e é também autor de artigos de ética normativa. Publicou diversas traduções de obras filosóficas, incluindo a do livro Utilitarismo, de J. S. Mill (Porto Editora, 2005), que também organizou. Edita a revista electrónica de filosofia moral e política Trólei .
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REGISTA AQUI ALGUMAS QUESTÕES QUE GOSTAVAS QUE FOSSEM ABORDADAS NA CONFERÊNCIA "OS ANIMAIS TÊM DIREITOS?"
Anjo dos animais é diabo da igreja

A jovem modelo Joanna Krupa, que já tirou as roupas para a capa da revista "Playboy", despiu-se, agora, em favor dos animais abandonados. Apenas com uma cruz religiosamente colocada, ganhou asas de anjo e uma auréola de santa para o novo anúncio da PETA. "Be an angel for animals. Don't buy. Adopt".
Ao ser "um anjo para os animais", na campanha a favor da adopção e em detrimento da compra de animais em lojas, Joanna Krupa virou um diabrete para a Igreja Católica. "É totalmente inapropriado", disse Deal Hudson, editor do sítio da net InsideCatholic.com, ao comentar o anúncio.
26 novembro 2009
Livre-arbítrio!
«Se ter livre-arbítrio é poder fazer aquilo que desejamos e está ao nosso alcance, então os cães também têm livre-arbítrio.» Concordas? Porquê?
Arte de Pensar, pag. 94
A experiência da liberdade!
John Searle, Mente Cérebro e Ciência
Compatibilismo

Estamos perante um enigma filosófico característico. Por um lado, um conjunto de argumentos muito poderosos força-nos à conclusão de que a vontade livre não existe no Universo. Por outro, uma série de argumentos poderosos baseados em factos da nossa própria experiência inclina-nos para a conclusão de que deve haver alguma liberdade da vontade, porque aí todos a experimentamos em todo o tempo.
Há uma solução corrente para este enigma filosófico. Segundo essa solução, a vontade livre e o determinismo são perfeitamente compatíveis entre si. Naturalmente, tudo no Mundo é determinado mas, apesar de tudo, algumas acções humanas são livres. Dizer que são livres não é negar que sejam determinadas; é afirmar que não são constrangidas. Não somos forçados a fazê-las: assim, por exemplo, se um homem é forçado a fazer alguma coisa porque lhe apontam uma arma, ou se sofre de alguma compulsão psicológica, então, a sua conduta é genuinamente não livre. Mas se, por outro lado, ele age livremente, se age, como dizemos, por sua livre vontade, então, o seu comportamento é livre. Claro está, é também completamente determinado, uma vez que cada aspecto do seu comportamento é determinado pelas forças físicas que operam sobre as partículas que compõem o seu corpo, tal como operam sobre todos os corpos no universo. Assim, a conduta livre existe, mas é apenas um cantinho do Mundo determinado — é este canto do comportamento humano determinado onde certos tipos de força e de compulsão estão ausentes.
Ora bem, porque esta concepção afirma a compatibilidade da vontade livre e do determinismo recebe habitualmente o nome de «compatibilismo». (…)
John Searle, Mente Cérebro e Ciência
24 novembro 2009
23 novembro 2009
21 novembro 2009
Porque negam os deterministas radicais a liberdade?

Outra maneira de encarar o problema consiste em notar uma característica presente no quadro causal acima indicado. Suponha-se que o nosso comportamento é o produto das nossas crenças e desejos tal como o comportamento do computador resulta de um programa. Há uma característica da situação em que o computador se encontra que parece caracterizar a situação em que nos encontramos. Conforme o programa, o computador pode comportar-se de maneira diferente. Suponha-se que alguém programou um computador para somar dois números. Isto significa que se os dados de partida forem 7 e 5, o resultado só pode ser 12. O computador não pode agir de outra maneira.
Será que, a este respeito, somos como os computadores? Dados os desejos e crenças que actualmente temos, não será inevitável que façamos precisamente o que fazemos? As nossas crenças e desejos deixam em aberto o que fazemos tanto quanto um programa de computador deixa em aberto o que o computador é capaz de fazer. Este facto acerca do computador — e acerca de nós próprios caso sejamos como o computador — parece implicar que não somos livres. A razão é que se uma acção foi praticada livremente, seria possível ao agente agir de modo diverso. Se é livremente que levo aos lábios uma chávena de chá, deveria ter sido possível não o fazer. Mas, dadas as minhas crenças e desejos, não podia ter deixado de levar aos lábios a chávena de chá. As nossas acções são as consequências inevitáveis das mentes que possuímos, como o comportamento do computador é a consequência do seu programa. (...)
Elliot Sober
Tradução de Paulo RuasCore Questions in Philosophy (Prentice-Hall, 2001).
Podes ler mais aqui
19 novembro 2009
Assim foi o Dia Mundial da Filosofia na nossa escola!






Sugestão de correcção exercícios do Manual pag.79

2. – Dizer que um acontecimento está causalmente determinado significa que esse acontecimento não poderia ter ocorrido se não tivessem ocorrido as causas que lhe deram origem e se as leis da natureza não fossem como são.
– Quando chove, esse acontecimento não teria ocorrido se não se tivesse dado as causas
que estão na sua origem e se, por exemplo, as leis da condensação fossem diferentes.
- Um acidente de viação não teria ocorrido se o condutor não estivesse alcoolizado.
3. – Uma cadeia causal é uma sequência encadeada de causas e efeitos.
4. – O livre-arbítrio é a capacidade para decidir ou arbitrar em liberdade.
6. – Um conjunto de estados de coisas é compatível quando todos os estados de coisas
do conjunto podem ocorrer simultaneamente. Uma teoria filosófica sobre o livre arbítrio é compatibilista se defender a compatibilidade entre o livre-arbítrio e o determinismo.
Um conjunto de estados de coisas é incompatível quando os estados de coisas do conjunto
não podem ocorrer simultaneamente. Uma teoria filosófica sobre o livre-arbítrio é incompatibilista se defender a incompatibilidade entre o livre-arbítrio e o determinismo.
7. – Significa que se trata de saber se o livre-arbítrio pode coexistir com o determinismo
que observamos na natureza.
8. – Pode defender o determinismo radical (não há livre-arbítrio) ou o compatibilismo (há livre-
-arbítrio).
17 novembro 2009
Dia Mundial da Filosofia

O Departamento de Ciências Sociais e Humanas (grupo de Filosofia) promove, na próxima quinta-feira, dia 19 de Novembro, a comemoração do Dia Mundial da Filosofia no Externato Infante D. Henrique. Nesse dia realizar-se-á a actividade “Veste a Camisola da Filosofia!”.
Para que os alunos “vistam” a camisola da filosofia foram elaboradas t-shirts onde foram estampadas citações de alguns dos mais importantes filósofos desde a época antiga até à época contemporânea.
Assim, esta actividade será o culminar de um trabalho de pesquisa e criatividade dos alunos que, desde o início do ano lectivo pesquisaram citações dos diferentes filósofos, organizaram a respectiva biografia e procuraram compreender melhor o seu pensamento dos filósofos. No total foram estampados quinze modelos diferentes de t-shirts, correspondentes ao mesmo número de citações/filósofos. As t-shirts serão expostas no exterior da escola e vendidas a um preço simbólico, juntamente com uma curta biografia do respectivo filósofo.
Por outro lado, os alunos “vendedores” deverão estar preparados para explicar aos “clientes” o contexto da frase e pensamento do respectivo filósofo.
Com esta actividade o grupo de Filosofia pretende, além de comemorar o Dia Mundial da Filosofia, mostrar a importância da Filosofia na actualidade, divulgar a história do pensamento filosófico, despertar o gosto pela filosofia/filosofar e desenvolver a criatividade.
Nesta actividade o grupo de filosofia contou com a colaboração da Direcção Pedagógica da escola e dos professores Pedro Monteiro e Pedro Miranda, do Curso Profissional Multimédia, que elaborou o design das t-shirts.
O Dia Mundial da Filosofia foi instituído pela UNESCO durante a 33ª sessão da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (UNESCO) e começou a comemorar-se em 2007.
10 novembro 2009
05 novembro 2009
Proposta bibliográfica

É uma das melhores introduções à filosofia moral
Para complementar o estudo sobre a
03 novembro 2009
Morreu Claude Levi-Strauss
02 novembro 2009
Filosofia e automóveis
Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia
31 outubro 2009
A validade dos argumentos
(vídeo) Um mau argumento de um político
A validade de um argumento depende exclusivamente da relação entre as premissas e a conclusão: dizer que um argumento é válido significa dizer que as premissas estão de tal modo relacionadas que a conclusão é verdadeira se as premissas forem verdadeiras. No caso dos argumentos dedutivos, essa conexão é a seguinte: é impossível as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
Ao avaliar o argumento quanto à sua validade, não importa saber se as premissas ou a conclusão são de facto verdadeiras. O que importa é saber se, supondo ou imaginando que as premissas são verdadeiras, a conclusão pode ser falsa. Para isso, só precisamos de fazer a seguinte pergunta hipotética: têm as premissas uma natureza tal, que se fossem verdadeiras a conclusão estaria obrigada a ser verdadeira? Tomemos o seguinte exemplo:
Todos os arquitectos ganham muito dinheiro.
Cristiano Ronaldo é arquitecto.
Logo, Cristiano Ronaldo ganha muito dinheiro.
Será válido ou inválido? Podemos raciocinar do seguinte modo: se a primeira proposição for verdadeira e se supusermos que a segunda também é verdadeira, não podemos negar a conclusão, ou seja, a conclusão deriva das premissas. O argumento é válido. A suposição da verdade das premissas é um mero procedimento para avaliar a conexão ou ligação entre as premissas e a conclusão. Como podemos constatar, a validade do argumento é independente da verdade das premissas – nem todos os arquitectos ganham muito dinheiro, nem Cristiano Ronaldo é arquitecto – e da conclusão. Neste caso, a conclusão é verdadeira. Como sabemos, o Cristiano Ronaldo que joga em Espanha, no Real Madrid, ganha muito dinheiro.
26 outubro 2009
Argumento cogente

Há algumas condições necessárias para um argumento ser cogente. Em primeiro lugar tem de tratar-se de um argumento válido, em segundo lugar tem de ser um argumento sólido (válido com premissas verdadeiras). Por último, além das condições anteriores, as premissas devem ser mais plausíveis (aceitáveis, evidentes) do que a conclusão. E devem ser mais plausíveis, aceitáveis e evidentes, aos olhos de quem argumenta ou contra-argumenta connosco. Assim, um argumento cogente é persuasivo, convincente, porque o nosso interlocutor/auditório, no uso das capacidades racionais assim o reconhece, considerando aquilo que se sabe e o estado cognitivo dos interlocutores.
Exemplo de argumento cogente:
Os bebés não têm deveres.
Se só tivesse direitos quem tem deveres, os bebés não teriam direitos.
Mas os bebés têm direitos.
Logo, é falso que só tem direitos quem tem deveres.
Exemplo de argumento incogente:
Se a vida é sagrada, o aborto é imoral.
A vida é sagrada.
Logo, o aborto é imoral.
Que tipo de coisas discutem os filósofos?

O estudo da filosofia não só nos ajuda a pensar claramente sobre os nossos preconceitos, como ajuda a clarificar de forma precisa aquilo em que acreditamos. Ao longo desse processo desenvolve-se uma capacidade para argumentar de forma coerente sobre um vasto leque de temas,- uma capacidade muito útil que pode ser aplicada em muitas áreas.
Defende-se por vezes que não vale a pena estudar filosofia uma vez que tudo o que os filósofos fazem é discutir sofisticamente o significado das palavras; nunca parecem atingir quaisquer conclusões de qualquer importância e a sua contribuição para a sociedade é virtualmente nula. Continuam a discutir acerca dos mesmos problemas que cativaram a atenção dos gregos. Parece que a filosofia não muda nada; a filosofia deixa tudo tal e qual.
Qual é afinal a importância de estudar filosofia? Na verdade, a caricatura do filósofo é geralmente a de alguém que é brilhante a lidar com pensamentos altamente abstractos no conforto de um sofá, numa sala de Oxford ou Cambridge, mas incapaz de lidar com as coisas práticas da vida: alguém que consegue explicar as mais complicadas passagens da filosofia de Hegel, mas que não consegue cozer um ovo. Uma razão importante para estudar filosofia é o facto de esta lidar com questões fundamentais acerca do sentido da nossa existência. A maior parte das pessoas, num ou noutro momento da sua vida, já se interrogou a respeito de questões filosóficas. Por que razão estamos aqui? Há alguma demonstração da existência de Deus? As nossas vidas têm algum propósito? O que faz com que algumas acções sejam moralmente boas ou más? Poderemos alguma vez ter justificação para violar a lei? Poderá a nossa vida ser apenas um sonho? É a mente diferente do corpo, ou seremos apenas seres físicos? Como progride a ciência? O que é a arte? E assim por diante.
Nigel Warburton
"Elementos Básicos de Filosofia"
23 outubro 2009
A filosofia é o lugar crítico da razão!

19 outubro 2009
Religião e Filosofia

18 outubro 2009
“Deus só existe na nossa cabeça"

17 outubro 2009
Levanta-te contra a pobreza

alunos dos 5º, 6º e 7º anos levantaram-se simbolicamente “contra a pobreza”, ao som da canção “Stand Up”, de Bob Marley.
O "Levanta‐te e Actua" é uma iniciativa global que entre 16 e 18 de Outubro apela a todos que se levantem, exigindo que os seus governos cumpram com as promessas de acabar com a pobreza extrema e que se alcancem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) até 2015.
Em 2008, mais de 116 milhões de pessoas em todo o mundo levantaram‐se, quebrando o recorde mundial reconhecido pelo Guiness. Portugal contribuiu com mais de 93 mil vozes nesta iniciativa.
15 outubro 2009
Clube dos Poetas Mortos, de Peter Weir

A presença do professor Keating, com as suas práticas contrárias aos modelos da escola e dos pais dos alunos, vem gerar um ambiente propício à mudança e à realização dos sonhos do jovem que se afastam daqueles que os pais almejaram e pelos quais se sacrificaram.
14 outubro 2009
12 outubro 2009
03 outubro 2009
O vídeo da Semana
Será que vamos mesmo dar a volta a isto?
Ou seja, será que vamos continuar a analisar acriticamente as ideias que nos vão chegando das diferentes "autoridades"? Ou vamos analisar cuidadosa e imparcialmente aquilo que contribui (ou não) diariamente para o nosso crescimento pessoal e social?
Conhecimento "a priori" e conhecimento "a posteriori"

Todo o conhecimento proposicional é uma relação entre um agente cognitivo e uma proposição que é por ele conhecida. Logo, também o conhecimento a priori é uma relação entre um agente cognitivo e uma proposição que é por ele conhecida. Assim, um modo mais rigoroso de definir conhecimento a priori é o seguinte:
Uma dada proposição é conhecível a priori por um dado agente cognitivo se, e só se, esse agente pode conhecer essa proposição sem recorrer à experiência empírica.
Posto isto, considere-se as seguintes duas frases:
1) Se Sócrates era um ser humano, era um ser humano.
2) Sócrates era mais pesado do que Platão.
Os recursos envolvidos para poder conhecer o valor de verdade destas frases diferem substancialmente. No primeiro caso, basta raciocinar; no segundo, é preciso recolher informações históricas sobre Sócrates e Platão. No primeiro caso, o agente cognitivo limita-se a pensar; no segundo, é preciso consultar documentos, testemunhos e estudos.
No entanto, para que alguém saiba que a primeira frase é verdadeira tem de compreender as palavras que nela ocorrem. Se um polícia chinês que nada saiba de português for confrontado com uma inscrição desta frase num bloco de notas de um presumível assassino, terá de consultar dicionários e gramáticas, ou falar com pessoas que saibam português. Só depois desta actividade empírica poderá o polícia chinês perceber que a frase é verdadeira. Todavia, isto não impede a frase 1, que exprime uma verdade lógica elementar, de ser conhecível a priori.
O conhecimento do significado das palavras, apesar de claramente empírico, não torna a frase 1 unicamente conhecível a posteriori. Continua a existir uma diferença crucial entre o tipo de experiência necessário para determinar o valor de verdade das frases 1 e 2. O conhecimento necessário para determinar o valor de verdade da frase 1 é meramente linguístico; o conhecimento necessário para determinar o valor de verdade da frase 2 é extralinguístico.
A experiência empírica necessária para compreender o significado das palavras não conta. Esta decisão não é arbitrária. Para determinar o valor de verdade de qualquer frase, seja ela qual for, é necessário ter um conhecimento, que terá de ser empírico, do significado das palavras envolvidas. Logo, se não aceitássemos a nossa decisão, a categoria do conhecimento a priori ficaria vazia. No entanto, é óbvio que há uma diferença substancial entre saber que se Sócrates era mortal, era mortal e saber que Sócrates era mais pesado do que Platão. No primeiro caso não temos de possuir qualquer informação factual além da linguística; no segundo, a informação linguística, só por si, não é suficiente para determinar o valor de verdade da frase. Logo, há uma distinção que deve ser mantida e que corresponde à divisão tradicional entre conhecimento a priori e conhecimento a posteriori.
Há uma excepção adicional. As verdades da aritmética e da lógica são, tipicamente, susceptíveis de ser conhecidas a priori. No entanto, podemos ser incapazes de determinar por puro raciocínio que uma fórmula como {(p v q) Λ [(p ® r) Λ (q ® r)]} ® r é logicamente verdadeira. Para determinar o valor de verdade desta fórmula, podemos ter de fazer uma tabela de verdade. Todavia, o conhecimento assim obtido é ainda a priori. Fazer uma tabela de verdade é uma mera extensão da capacidade de cálculo; nada diz sobre o mundo para além da tabela de verdade. Apesar de podermos ter de recorrer a papel e lápis para realizar alguns cálculos complexos, como equações ou fórmulas lógicas complexas, o resultado é conhecido a priori. (…)
19 março 2009
Uma verdade inconveniente!

A factura ambiental resultante do estilo de vida do mundo ocidental tem vindo a crescer, e os políticos colocam-nos perante a falaciosa escolha entre o equilíbrio ambiental do planeta e o bem-estar material. Ora, o bem-estar material não existirá sem o planeta.
A verdadeira questão que se coloca é: como poderemos alterar o nosso modo de vida de forma a que no futuro tenhamos qualidade de vida, incluindo o bem-estar material?
11 fevereiro 2009
Socialistas querem discutir eutanásia em Portugal

10 fevereiro 2009
O aquecimento global e os incêndios na Austrália

Verificaram-se condições extremas de clima que nunca tinham ocorrido, e que tornam impossível parar os fogos. Em 1939 e 1983, ouve condições similares, mas desta vez foram muito piores. E a única coisa que se pode fazer é esperar que desapareçam. No sábado estavam 46 graus em Melbourne, numa vaga de temperaturas altíssimas que se arrastava há mais de uma semana, e uma taxa de humidade muito baixa, de cinco por cento, e ainda ventos muito fortes, vindos do Centro do país. São extremamente secos e quando encontram uma frente pelo caminho, invertem rumo em 90 graus. Qualquer flanco de incêndio, normalmente alongado, transforma-se numa cabeça muito maior, incontrolável.
Jornal Público, 10 Fevereiro 2009
D.F.
27 janeiro 2009
A argumentação na comunicação empresarial

Qual é a importância dos argumentos para profissionais de comunicação empresarial? O objectivo de um profissional desta área, muitas vezes, não é apenas informativo: não se trata apenas de transmitir informação sobre um certo estado de coisas. Por vezes, o objectivo é influenciar uma decisão ou uma opinião. Acontece que só há duas maneiras de influenciar uma decisão ou uma opinião: através da persuasão ilícita ou através da argumentação. Na persuasão ilícita procura-se enganar o destinatário através de todos os recursos que vão desde o uso da força física até às mais rebuscadas formas de trapaça, de que são especialistas sobretudo os maus políticos, os maus jornalistas e os maus especialistas em marketing e publicidade. (…)
Voltemos ao nosso tema: qual é afinal a importância dos argumentos? Os argumentos são importantes porque é com base neles que tomamos decisões — desde as decisões pessoais até às decisões profissionais. Uma empresa tem de tomar decisões constantemente. Essas decisões apoiam-se em razões, ou informações, ou dados. Com base nos nossos objectivos empresariais e nos dados disponíveis tomamos uma decisão. Mas os dados disponíveis não se organizam sozinhos; não são uma espécie de sinais de trânsito claramente dispostos que indicam onde devemos virar se queremos ir para determinado sítio. Os dados e as informações só podem ser a base para a tomada de decisões se estiverem organizados; caso contrário, não passam de um agregado amorfo de dados e informações sem qualquer valor para a tomada de decisões, como um monte de sinais de trânsito dispostos sem nenhuma organização especial.
Argumentar é usar essas informações e esses dados para que constituam verdadeiros sinais de trânsito que nos dizem onde virar se quisermos ir para determinado sítio. Argumentar é organizar dados e informações de forma a mostrar qual a melhor decisão a tomar.
A argumentação
(…) Mas o que é exactamente um argumento? Um argumento é uma certa quantidade de informação ou dados organizados de forma a sustentarem uma certa decisão, opinião ou teoria. Chama-se "premissas" a essa informação ou dados; e chama-se "conclusão" à decisão, opinião ou teoria que queremos defender. Por exemplo, podemos desejar fazer uma proposta para vender um certo serviço a uma empresa. Temos de conseguir convencer os quadros dessa empresa de que vale a pena contratar os nossos serviços. Para isso temos de organizar um conjunto de informações relativas à nossa empresa, relativas à empresa cliente e relativas aos ganhos e custos do serviço que queremos vender. Organizar toda essa informação para que a conclusão legítima seja a contratação dos nossos serviços é argumentar a favor da contratação dos nossos serviços. (…)
Aos bons argumentos, os chamados argumentos correctos ou válidos, opõem-se os maus argumentos, os chamados argumentos incorrectos ou inválidos. O que é um argumento inválido ou mau? Um argumento inválido é um argumento que não sustenta a verdade da sua conclusão. Se um argumento for inválido as premissas, ainda que sejam todas verdadeiras, não sustentam a conclusão. O que significa que uma pessoa pode concordar com todas as premissas, mas recusar a conclusão. Por isso é que os bons argumentos, válidos ou informais, são tão importantes: são os únicos que nos conduzem às suas conclusões.
Mas repare-se numa subtileza. Dado um argumento válido podemos afirmar que ele conduz a uma conclusão verdadeira? A resposta, talvez surpreendente, é «não». Um argumento válido só conduz a uma conclusão verdadeira se todas as suas premissas forem verdadeiras. A verdade das premissas e a validade do raciocínio conduzem, ambos e apenas ambos, à verdade da conclusão. Por isso, na argumentação, a verdade e a validade andam de mãos dadas, e é preciso dar tanta atenção à validade ou correcção dos nossos raciocínios quanto à verdade das premissas usadas.
Há 4 tipos de argumentos informais:
Nos argumentos com base em exemplos as premissas consistem num conjunto de exemplos que visam sustentar a conclusão.
Nos argumentos por analogia as premissas estabelecem uma relação de semelhança entre duas coisas. Afirma-se que uma vez que num certo caso X se defende que Y então no caso Z se deve defender também Y porque X é semelhante a Z.
Nos argumentos de autoridade citam-se certas fontes e especialistas que dispõem de dados fidedignos de que nós não dispomos.
Os argumentos causais visam estabelecer uma relação causal entre dois ou mais tipos de fenómenos.
Cada um destes tipos de argumentos tem regras próprias, que podem ser preliminarmente estudadas no livro "A Arte de Argumentar", de Anthony Weston.
Algumas regras gerais
Vou agora, para terminar, falar de algumas regras gerais da arte de argumentar. Antes, porém, tenho de alertar o leitor para uma coisa. Hoje em dia está um pouco na moda, em alguns países, a retórica. Não se confunda a retórica de que em geral se fala com a argumentação de que falo aqui. A retórica de que em geral se fala é a arte de enganar; é a arte de usar todos os dispositivos possíveis para influenciar o auditório, apelando para os seus instintos mais baixos, ou para argumentos que parecem razoáveis mas não o são (as falácias). Daí que os amantes da retórica tenham a tendência para dizer que a retórica ultrapassa as limitações da lógica. Sejamos claros: se um argumento for mau, ou incorrecto, ou inválido, por mais retórica que se use, por mais que esse argumento funcione junto das pessoas em geral, continua a ser um mau argumento e quem está a usá-lo está a enganar as pessoas. Não há maneira de a retórica ultrapassar a lógica porque não há maneira de a retórica tornar um mau argumento num bom argumento; claro que a retórica pode tornar um argumento claramente mau num argumento que parece bom e é capaz de enganar as pessoas. (…)
Vamos então a algumas regras gerais.
É altamente improvável que se consiga defender bem uma proposta se não se tiver pensado cuidadosamente nas razões que as sustentam. E nunca devemos imaginar que pensámos cuidadosamente numa proposta se não tivemos em conta os argumentos contra a nossa proposta. Para defender bem uma certa proposta é preciso compreender bem as propostas contrárias. Temos de fazê-lo cuidadosamente. Temos de nos colocar na posição de alguém que não quer concordar com a nossa proposta: que argumentos poderá essa pessoa apresentar?
Quando pensamos nas razões que sustentam a nossa proposta temos de fazer uma selecção do que é verdadeiramente importante. É preferível apresentar três boas razões a favor de uma proposta do que 10 razões em que umas são fracas e outras fortes. Depois de feita essa selecção temos de estudar cuidadosamente o tipo de argumentos que poderemos usar. Cada tipo de argumento tem as suas regras. Se usarmos um argumento dedutivo, tem de ser logicamente válido; se usarmos um argumento causal, temos de mostrar claramente que há de facto uma relação de causalidade e não apenas uma coincidência. Em todos os casos, temos de demarcar claramente as nossas conclusões das nossas premissas. E em todos os casos temos de nos lembrar que as nossas premissas têm de ser claramente verdadeiras; se forem falsas, o argumento é irrelevante — ainda que seja válido.
E temos de ter cuidado para não cometer falácias. As falácias são erros de raciocínio comuns porque são argumentos incorrectos que parecem correctos. Se estivermos familiarizados com as falácias, não nos deixaremos enganar quando alguém nos tenta convencer com uma falácia; e se formos honestos, não usaremos falácias, apesar de sabermos que a probabilidade de sucesso é elevada.
Devemos usar uma linguagem constante ao longo da nossa proposta ou relatório. Não devemos usar sinónimos para tornar o texto variado. Um dos maiores defeitos da escrita dos portugueses, além da prolixidade, é o uso de sinónimos. Veja-se a regra 6 do livro de Weston. Quando nos esforçamos por não repetir termos acabamos por obscurecer as relações existentes entre as diferentes premissas e a conclusão do nosso argumento. Um texto elegante não é um texto que sacrifica a clareza lógica à variedade lexical; um texto elegante é aquele que sem sacrificar a clareza lógica não é todavia repetitivo.
Desidério Murcho
26 janeiro 2009
O Esplendor da Grécia Clássica

In Grécia - O Esplendor da Grécia Clássica (DVD)
Círculo de Leitores
Programação das AULAS DE FILOSOFIA - RTP Madeira com o Prof. Rolando Almeida
Podes aceder às aulas de Filosofia da RTP Madeira, lecionadas pelo Prof. Rolando Almeida (na foto), acedendo aos links abaixo. TELENSINO (R...

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